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quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Na compra de um imóvel usado, saiba avaliar as condições

Por Alexandre Fracchetta do Forum da Construção

Com o mercado imobiliário bastante aquecido, várias pessoas estão buscando opções de compra para moradia ou mesmo para investimento. Porém alguns pontos importantes devem ser observados na aquisição de um imóvel, principalmente nos mais antigos com construção acima de 10 anos onde começam a apresentar alguns problemas que se não houverem às devidas manutenções em muito pode prejudicar o bolso do comprador.

Principalmente nos prédios, que envolvem custos de condomínio este pode se tornar muito elevado em função de obras para corrigir problemas que foram abandonados com o decorrer do tempo. Como os apartamentos estão sendo os mais procurados, darei um enfoque maior a este tipo de imóvel.

Para facilitar a avaliação do imóvel observe os itens conforme seguem:

1. Elétrica

1.1 Fiações elétricas expostas

1.2 Instalações de tomadas sem proteções ou ao tempo

1.3 Luminárias

1.4 Quadros de distribuição para telefonia

1.5 Quadros de distribuição elétrica

1.6 Caixas de passagem / emendas de cabos

1.7 Salas de painéis elétricos

1.8 Entradas de energia

1.9 Disponibilidades de piso elevado (mais aplicado em escritórios)

1.10 Sistemas de geração de energia emergencial (gerador)

1.11 Sistemas de aquecimento elétrico ou gás

2. Hidráulica

2.1 vasos sanitários

2.2 sifões nas pias (copa)

2.3 sifões nas pias (banheiro)

2.4 torneiras das pias copas

2.5 torneiras das pias (banheiros)

3. Alvenaria

3.1 Pinturas das paredes e colunas

3.2 Pinturas das esquadrias das janelas

3.3 trilhos das janelas

3.4 trilhos das portas dos armários existentes

3.5 estados de conservação de armários

3.7 insulfilme nos vidros das janelas

3.8 trincas e rachaduras em paredes, pisos e colunas

3.9 infiltrações de água e umidades em grandes proporções

4 – Pisos

4.1 – Paviflex

4.2 – Carpete

4.3 – Taco

4.4 – Cerâmica (WC e Copa)

4.5 – Granito

5 – Paredes

5.1 – Paredes em Alvenaria

5.2 – Divisórias

5.3 – Divisórias/com massa e pintadas

5.4 – Divisoras/Papel de parede

5.5 – Azulejos

5.6 – Fórmica

6 – Tetos

6.1 – Forro

6.2 – Laje

6.3 – Acrílico (WC)

6.4 – Gesso

7 – Limpeza

7.1 – Aspectos de conservação

8 – Esquadrias

8.1 – Alumínio e Vidro

8.2 – Persianas

8.3 – Cortinas

8.4 – Madeira e Vidro

9 – Portas

9.1 – Madeira

9.2 – Portas Corta Fogo

9.3 – Portas principais dupla em vidro

9.4 – Tipos de Batentes (madeira ou metálicos)

10 – Extintores de Incêndio

11 – TELEFONIA / painel de distribuição Geral

12 – SISTEMAS DE TV A CABO E INTERNET

13 – AR CONDICIONADO

14 – CAIXAS D’ÁGUA

15 – CÂMERAS DE TV (sistemas de Segurança)

16 – ELEVADORES (contratos de manutenção e conservação)

Importante também verificar a infraestrutura e conservação das áreas de lazer e suas condições de utilização.

Quanto às garagens, normalmente localizadas nos subsolos atentar para as condições de acesso e também áreas com infiltração de água e umidade

Avalie se existe algum tipo de patologia nas estruturas, onde já ocorre a degradação da ferragem da viga e também infiltração. Na dúvida sempre consulte alguém da área que possa avaliar e identificar a gravidade.
Sobre as instalações elétricas, estas também devem estar em boas condições, pois além de não causar gastos excessivos não colocam em risco as instalações.

quinta-feira, 12 de agosto de 2010

Consulte um arquiteto ANTES de comprar ou alugar ?

Por Fabio Rocha

Uma ocasião em que raramente se pensa no arquiteto é no momento de comprar ou alugar um imóvel. Corretores de imóveis são lembrados. Advogados e contadores são convocados. Mas poucas pessoas consultam um profissional da área de construção e reformas antes de fechar um negócio imobiliário. E aqueles que o fazem sempre ficam satisfeitos!

Em minha trajetória já atendi alguns destes clientes. Empresários ou executivos interessados em saber se o espaço comportaria o crescimento de sua empresa atual ou o desenvolvimento de um novo negócio; investidores querendo confirmar se estavam fazendo um bom acordo; ou ainda pessoas preocupadas com as condições e possibilidades do imóvel pretendido (casa, apartamento ou terreno).

A ideia de chamar o arquiteto antes de ter o imóvel poderá parecer absurda, se pensarmos que esse profissional só iniciará seu trabalho depois de concluída a fase de compra ou locação. Porém, as contribuições do arquiteto vão muito além de algumas “ideias para o espaço”. Contratar esse especialista somente depois pode resultar em frustração para todos: para o próprio arquiteto, que poderá se ver diante de inúmeras restrições à sua criatividade, impostas pelas condições do imóvel; e para o cliente, que talvez tenha suas solicitações atendidas apenas parcialmente. Em minha experiência já deparei com vários casos em que, após conversarmos, o interessado desistiu de determinado imóvel por considerá-lo inviável às suas necessidades, dando preferência a outro; ou ficou aborrecido com o fechamento do negócio por constatar que deveria ter feito diferente.

Recentemente atendi um cliente assim. Entusiasmado com os planos de expansão de sua empresa, saiu em busca de um imóvel maior. Achou uma grande casa de rua, com bastante visibilidade, num ótimo ponto comercial. Até aí, tudo bem. O detalhe é que ele fechou um contrato de locação de curtíssimo prazo (3 anos), assumiu todos os custos da obra e... o imóvel precisou ser reformado por inteiro, praticamente reconstruído! Se tivesse sido consultado antes, eu o teria alertado para as condições estruturais do imóvel e teria sugerido uma melhor negociação em termos de prazo e divisão de despesas... Num outro caso, antes de fechar a locação de uma área de 980m2 o cliente me explicou sua necessidade de ampliação, da ordem de 50%, e perguntou se daria para implantar sua empresa nesse novo espaço. Afirmei que sim e ele fechou negócio!

O estudo preliminar é o ponto de partida de qualquer projeto, permitindo ao cliente visualizar melhor sua demanda. Na ocasião de tal estudo, ocorrem as visitas ao imóvel para averiguação das áreas e levantamentos de medidas; verifica-se a legislação municipal quanto ao uso e ocupação do solo e também quanto ao exercício de atividades; os parâmetros de segurança; o partido arquitetônico; e, principalmente, o confrontamento das necessidades do cliente com as possibilidades do imóvel. O desenvolvimento do projeto só acontecerá depois dessas análises, por isso a consulta prévia é tão importante!

quinta-feira, 29 de julho de 2010

Planejando sua construção. Ou, evitando surpresas desagradáveis !

Por Redação do Fórum da Construção
Fonte : www.tudosobreimoveis.com.br

Existe um conceito popular que diz que nunca sabemos o que pode acontecer durante uma construção, em virtude das dificuldades que ocorrem durante esse período. Problemas com mão de obra, com falta de produtos, com prazos não cumpridos, e outros mais. O que fazer para evitar ao máximo esses problemas? Como devemos nos organizar?

Para começar, você precisa, antes de qualquer coisa, planejar. Ordenar as ações que serão desenvolvidas no empreendimento. Planejamento é fundamental para garantir uma construção econômica, rápida e controlada. É a ação básica de apoio aos setores de produção e de informação para as decisões da área gerencial, que devem ser tomadas desde o início da obra, preferencialmente.

O gerenciamento de obra inclui etapas envolvendo orçamento, planejamento da obra, análise na contratação de fornecedores e gerenciamento do empreendimento. Embora planejar a obra não seja responsabilidade sua, é importante que você saiba quais são as etapas fundamentais para montagem do plano, a fim de poder acompanhar e evitar possíveis problemas.

No planejamento existem etapas que devem ser seguidas: análise da situação, perspectivas, objetivos, estratégia, plano de ação, execução, programação e controles físico e financeiro.

Analisar a situação significa traçar um objetivo e verificar as possibilidades de desenvolver o projeto. Estabelecer essa visão de futuro é importante para orientar o melhor caminho a ser seguido. Os resultados são o objetivo e a estratégia abrange a forma de melhor utilização dos recursos físicos, humanos e financeiros.

Agora é hora de pensar como será a execução da obra. Hora do plano de ação: serão previstos a realização do orçamento executivo, com custos reais baseados no projeto final e os cronogramas de serviços e um financeiro, para distribuição dos custos ao longo do tempo previsto para a obra. Devem ser feitas também previsões de material, mão-de-obra e equipamentos. Em seguida, realizado o controle para acompanhar os cronogramas e garantir que tudo saia conforme previsto, evitando aborrecimentos.

Conheça agora cada um desses processos.

Análise para efetuar a obra: esta etapa é crucial porque os profissionais de cada área, juntamente com o proprietário, irão avaliar a viabilidade de execução da obra. É essencial manter os pés no chão nesse momento e aproximar ao máximo as suposições. Converse com seu arquiteto e explique todos os seus projetos para que ele consiga desenvolvê-lo e, até mesmo, aprimorá-lo.

Estabelecimento de perspectiva: aqui será determinada a configuração da edificação. Neste momento o arquiteto define o número de cômodos necessários para que o projeto fique confortável, econômico, funcional e enxuto.

Resultado: é a descoberta do objetivo, onde você poderá visualizar seu empreendimento no anteprojeto. Para que o resultado seja o melhor possível, deve haver máxima empatia entre você e o arquiteto.

Estratégias: saber utilizar os recursos financeiros, humanos e físicos, a fim de traçar métodos para alcançar o objetivo final da melhor maneira.

Programação: feita através do cronograma físico-financeiro que irá determinar como, quando e quanto capital será necessário para a execução das diversas fases da construção. Há também o orçamento executivo, especificando os custos reais baseados no projeto definitivo e as programações de mão-de-obra, materiais e equipamentos.

Plano de Ação: é desenvolvido pelo engenheiro e pelo arquiteto que irão elaborar o projeto, gerenciá-lo, determinar, especificar e pesquisar materiais e métodos construtivos. Essa etapa adapta ao padrão técnico e econômico tudo o que for relativo ao desenvolvimento da obra. Nesta fase também são determinadas as responsabilidades técnicas. No plano de ação é determinado o tempo e método de produção, onde o engenheiro planeja uma maneira de levar o projeto ao canteiro de obras, explicado detalhadamente.

Execução: começa a etapa efetiva de construção. Os planos de ação e desenvolvimento dos serviços são colocados em prática.

Controle: através do acompanhamento dos cronogramas você irá verificar se a execução do projeto está de acordo com o planejamento. Ao detectar erros, o construtor terá de adaptá-los, para que o resultado se aproxime ao máximo da meta definida inicialmente.

Pagamento: esse tópico deve ser definido e acordado entre você e o construtor. Na maioria das vezes é dividido em parcelas correspondentes às etapas executadas, apresentadas através do cronograma físico-financeiro.

Material de Construção: é recomendável aceitar o material determinado pelo engenheiro, já que ele terá toda a responsabilidade técnica sobre a obra.

Para manter o orçamento em dia, acompanhe, junto ao engenheiro, as mudanças que possam ocorrer na construção. Dessa forma, você evitará diferenças no custo final e desperdícios de materiais.

A partir de agora é só definir seu projeto, contratar um profissional especializado e pôr em prática essas dicas.

sábado, 5 de junho de 2010

Vai construir ? Planejando para economizar.

Por Eng. Luiz Carlos Thiers Silva
Do IBDA-Instituto Brasileiros de Desenvolvimento da Arquitetura
www.forumdaconstrucao.com.br

Da escolha do terreno à execução da obra, a construção deve ter um planejamento e uma organização adequados, de forma a otimizar os seus custos. Cada etapa requer cuidados específicos, como abaixo tentamos resumir.

Na escolha do terreno

- escolha, de preferência, um terreno plano, pois isso representará muita economia com obras de terra, fundações e estruturas de concreto, além de reduzir a zero os custos com contenções de arrimo;
- a avaliação da resistência do solo também é muito importante. Para isso contrate uma empresa de sondagem. Caso o resultado apresente um solo de boa resistência superficial, e sendo a casa a construir de apenas um pavimento, será possível utilizar uma fundação tipo baldrame corrido, que consome menos ferragem e utiliza um concreto mais barato;
- não se precipite em fazer obras de terra como terraplanagens e cortes antes dos projetos de arquitetura e estrutural estarem prontos e sem a orientação de um engenheiro, pois você poderá perder dinheiro com serviços desnecessários. O arquiteto poderá tirar proveito da topografia e dos acidentes naturais do terreno fazendo um projeto adequado para ele, economizando com redução das obras de terra;

No projeto

- é altamente recomendável investir na contratação de um arquiteto ou um engenheiro civil, de forma a se ter um projeto bem elaborado. Os erros durante a execução que podem ocorrer pela ausência de projetos representam custo muitas vezes bastante elevados. Informe também a este profissional o quanto você pretende gastar com a construção;
- converse com o seu arquiteto o mais francamente possível, fornecendo-lhe todos os detalhes da sua vida diária, seus hábitos e de seus familiares, de maneira que o projeto arquitetônico seja bem adaptado ao seu estilo de vida. Projetar cômodos especiais, como adegas e salas de jogos, somente são viáveis economicamente se foram usados; de outra forma somente trarão encarecimento à construção;
- revisar o projeto e esclarecer todas as dúvidas até o fim é um bom procedimento. É muito mais fácil e barato solucionar erros e pedir mudanças na fase do projeto do que derrubar paredes durante a obra;
- não pense que casas térreas são mais baratas que casas com dois ou três pavimentos pois utilizam fundações menores e estruturas de concreto mais simples. Realmente existe economia neste item, entretanto, analisando-se dois projetos de mesma área construída, uma casa de um pavimento e outra de dois, a área de telhado na primeira será o dobro da segunda casa, e o custo do m2 de telhado é um dos mais caros na construção. Além disso a quantidade de sapatas pode dobrar.
- evite recortes no telhado pois isso representa elevação de custos de material e mão de obra;
- procure concentrar banheiros e cozinha numa mesma área pois isso permite otimizar o uso da tubulação hidráulica necessária; - um projeto cheio de recortes encarece a estrutura, dificulta a execução dos serviços, requer mais material e representa mais área de revestimento e pintura;
- esquadrias são elementos caros na construção. Utilize com parcimônia portas e janelas ao projetar sua casa. Às vezes você pode utilizar apenas uma abertura em vez projetar uma porta. Ou elementos vazados em vez de janelas.

No planejamento

- planeje o início da obra, se possível, para o final do período das chuvas. Executar fundações e serviços externos em períodos chuvosos prejudica sobremaneira o andamento dos trabalhos, encarecendo a mão de obra.
- depois que o projeto estiver completamente definido, é necessário um planejamento da obra. Elaborada em conjunto com o profissional responsável pela obra, uma planilha pode registrar a ordem de execução dos serviços, duração e custo de cada fase da obra, evitando-se gastos com mão-de-obra e/ou materiais não necessários no momento;
- fluxo de caixa deve ser controlado para não correr o risco de parar a obra por falta de dinheiro (obra “de igreja”, demorada, é sempre mais cara). Anotar na planilha todos os gastos e sempre guardar recibos e notas fiscais, pois eles serão úteis para declaração do Imposto de Renda e para enfrentar eventuais problemas legais;
- mesmo que os materiais de acabamento ainda não tenham sido escolhidos, devem ser anotadas na planilha especificações dadas por quem fez o projeto, como tamanho, espessura, tonalidade, classe de abrasão e nível de absorção de água das cerâmicas, o mesmo valendo para outros itens, como madeira e carpete, poupando tempo na hora de pesquisar e comprar.

Na contratação de mão-de-obra

- dar preferência a profissionais conhecidos ou indicados por amigos ou parentes; se possível, é bom ver um trabalho pronto;
- os operários podem ser escolhidos por você ou pelo seu arquiteto ou engenheiro. Tendo mais de uma equipe confiável você deve pedir o orçamento de ambas para decidir. Em todo caso não se esqueça que a supervisão do engenheiro civil ou do arquiteto é indispensável para a qualidade da obra e para evitar aborrecimentos e custos;
- determinar uma forma de pagamento baseada na produção, estabelecendo assim que o pagamento da mão-de-obra ficará condicionado ao cumprimento de determinadas etapas e prazos.

Na compra de materiais

- fazer cotações de materiais pedindo orçamentos em diversas casa de materiais de construção. Pesquisar também em lojas de materiais de demolição e cemitérios de azulejos. Neles é possível encontrar muita coisa em bom estado e por um bom preço. Mas preste atenção para não ser enganado; em algumas casas de material de demolição costumam cobrar mais caro que mercadoria nova;
- fazer a pesquisa levando em conta os parâmetros estabelecidos pelo profissional que elaborou o projeto, tentando achar a melhor relação entre qualidade e preço (não esquecendo que, além do custo de construção, há também um de manutenção, ou seja, materiais de baixa qualidade só são economia a curto prazo, e em pouco tempo a obra começará a apresentar problemas);
- às vezes, é possível fechar um pacote para a compra de uma grande quantidade de materiais numa única loja e, assim, negociar um desconto ou o pagamento a prazo. A pechincha é regra básica. Às vezes é possível fazer combinando com vizinhos que estejam construindo perto de você, e fazendo pedidos maiores;
- se optar por comprar materiais de acabamento com antecedência não deixe de considerar uma margem de aproximadamente 10% de sobras para cobrir quebras e consertos futuros.

Na estocagem de materiais

- observar o prazo de validade de materiais como o cimento. Não deve ser armazenada muita quantidade nem com muita antecedência (a planilha ajuda essa programação);
- o material deve estar protegido da chuva, vento e outras intempéries. A madeira e o cimento, por exemplo, devem estar cobertos e protegidos de umidade, em local ventilado. Evite deixar materiais em caixas de papelão ao relento.

Na execução da obra

- exija organização no canteiro de obras. Bagunça, entulhos em demasia, ferramentas e materiais espalhados, tábuas com pregos, etc. são sinônimos de desperdícios, acidentes e custos.
- a execução da obra deve ser acompanhada diariamente pelo engenheiro ou arquiteto contratado para esse fim. Qualquer erro na execução dos serviços pode resultar em ter que demolir e construir novamente;
- o projeto deve ser seguido à risca. Qualquer alteração deverá ser comunicada ao engenheiro da obra, que verificará as implicações em outros elementos do projeto. Por exemplo, o deslocamento de um tubo pode ocasionar a sua passagem por uma viga, ocorrência não prevista no projeto estrutural

quinta-feira, 15 de abril de 2010

Ouvir é preciso e precioso!

Por: Fabio Rocha
Fabio Rocha Arquitetura (www.fabiorochaarquitetura.com.br)

A poluição sonora é o efeito provocado pela difusão do som num tom demasiado alto, acima do tolerável pelos organismos vivos. Dependendo da sua intensidade, causa danos irreversíveis. Arquitetos e engenheiros especializados no assunto estudam a absorção do som e o isolamento sonoro nas edificações em geral, assim como nos projetos urbanísticos, para minimizar seus efeitos negativos, reduzindo, quando convém, sua propagação e reforçando-a quando necessário.

A poluição sonora ocorre quando num determinado ambiente o som altera a condição normal de audição. Embora não se acumule no meio ambiente, como outros tipos de poluições, ela causa vários danos ao corpo e à qualidade de vida das pessoas.

O ruído é o que mais colabora para a existência da poluição sonora. Ele pode ser de dois tipos: aéreo (aquele que atravessa portas, janelas, pisos, paredes e lajes) ou estrutural (aquele que vibra a estrutura). É provocado pelo som excessivo dos processos industriais, canteiros de obras, meios de transporte, áreas de recreação, shows musicais e espetáculos em geral, práticas de tiros, entre outras atividades. Esses ruídos causam efeitos negativos no sistema auditivo, além de provocar alterações comportamentais e orgânicas.

A Organização Mundial de Saúde (OMS) considera que um som deve ficar em até 50 db (decibéis – unidade de medida do som) para não causar prejuízos ao ser humano. A partir de 50 db, os efeitos negativos começam. Alguns problemas podem ocorrer a curto prazo, outros levam anos para ser notados. A Norma Brasileira (NBR) 10152 fixa os seguintes limites: para os escritórios, salas de reunião, 30-40dB; salas de gerência, salas de projetos e de administração, 35-45 dB; salas de computadores, 45-65 db; pavilhões fechados para espetáculos e atividades esportivas, 45-60; e para as residências os patamares aceitáveis são: dormitórios, 35-45 db; salas de estar, 40-50 db.

O Conselho Nacional de Meio Ambiente (Conama) baixou a Resolução 1/90, no dia 8 de março de 1990, determinando que “a emissão de ruídos, em decorrência de quaisquer atividades industriais, comerciais, sociais ou recreativas, inclusive as de propaganda política, obedecerá no interesse da saúde, do sossego público, aos padrões, critérios e diretrizes estabelecidas nesta Resolução”.

Porém, mesmo com a constante supervisão do Ministério do Trabalho no controle da poluição sonora dos ambientes profissionais, ou com as leis que favoreçam a tranquilidade residencial, verifica-se que a questão está muito longe de ser resolvida. Pelo contrário. O que vimos é o contínuo crescimento das regiões já inundadas por todo tipo de poluição.

Já em 1910, Robert Koch, médico alemão, nobel de medicina em 1905, profetizou: "Um dia a humanidade terá que lutar contra a poluição sonora, assim como lutamos contra o coléra e a peste". E Koch foi bastante assertivo, infelizmente.

As fontes naturais de emissão de ruído geralmente não causam poluição sonora, apenas mal-estar passageiro, dado o caráter intermitente ou ocasional do barulho emanado por elas (frequência curta no tempo, como o trovão). Já as fontes artificiais são geralmente as causadoras de poluição sonora, como ocorre com as emanações provindas das atividades humanas nas aglomerações urbanas, porque é pela intensidade e ininterrupção do barulho que o ouvido humano é molestado. De modo geral, a poluição sonora ocorre quando, além de intenso, o ruído é ininterrupto, constante, algo a que o ouvido humano nunca se acostumará. Pode-se, por exemplo, dormir sob barulho intenso, mas o sono não será reparador das energias gastas, como é a conclusão da ciência médica.

Já do ruído intenso e prolongado ao qual o indivíduo se expõe resultam mudanças fisiológicas mais duradouras, até mesmo permanentes – incluindo desordens cardiovasculares, de ouvido-nariz-garganta, e, em menor grau, alterações sensíveis na secreção de hormônios, nas funções gástricas, físicas e cerebrais –, assim como distúrbios psicológicos. Existem casos crônicos em trabalhadores expostos a ruído constante, sendo constatadas diversas reações do organismo, como náuseas, cefaleias, irritabilidade, instabilidade emocional, redução da libido, ansiedade, nervosismo, hipertensão, perda de apetite, insônia, aumento de prevalência da úlcera, fadiga, redução de produtividade, aumento dos número de acidentes. As reações na esfera psíquica dependem das características de cada indivíduo, do meio e das condições emocionais do hospedeiro no momento da exposição.

Para favorecer os ambientes internos, o isolamento sonoro (ou isolamento acústico) é outra ferramenta da qual os profissionais de arquitetura e engenharia lançam mão no momento de projetar espaços, comerciais ou residenciais. Sendo um método empregado para reduzir (ou impedir) passagem de som de um ambiente para outro, vale-se do uso de diversos materiais, densos e/ou pesados, que consigam amortecer e dissipar a energia sonora: chapas metálicas, vidro, madeira maciça, parede de tijolo maciço, mantas de borracha etc. O controle da reverberação é feito por materiais absorventes, como: espuma acústica, lã mineral (vidro ou rocha), cortinas grossas, carpetes, entre outros.

Outra opção para aumentar o isolamento do som é criar uma sequência de obstáculos à propagação sonora. Por isso, paredes duplas, janelas com vidros duplos ou a combinação de materiais de diferentes densidades (porta de madeira com chapa de aço) são muito importantes para se ter um bom isolamento acústico. Neste caso, é ainda importante fazer os diferentes elementos usados não se tocarem diretamente, usando sempre espumas, borrachas e o que for conveniente para anular a vibração. Pelo modo como o som se propaga, cuidado para não deixar nenhum tipo de fresta entre os fechamentos, pois isso pode prejudicar todo o conjunto. Portas e caixilhos devem ter atenção especial, devem se usadas também espumas e borrachas para garantir a estanqueidade do ambiente.

Em cada caso, é necessário antes avaliar, com muita atenção: o tipo de construção, os tipos de ruídos, em intensidade e frequência, a ligação entre construções ou ambientes; os tipos de materiais de acabamento e revestimento e, principalmente, quais são as atividades desempenhadas em cada local.

Segundo Schopenhauer (filósofo alemão do século XIX), “o ruído é o assassino do pensamento”, e assim acaba sendo paradoxal deparar com tanto barulho, principalmente nos grandes centros urbanos, corrompendo não só a saúde da população, como também a genialidade de intelectuais e executivos e afetando o bom entendimento entre as pessoas.

Lembremos sempre que ouvir é uma bênção e uma arte, que devemos praticar e preservar!

quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

Roteiro da Economia para Construção da Casa

Da escolha do terreno aos acabamentos, a construção pode ter seus custos significativamente reduzidos, desde que o processo tenha um planejamento e uma organização adequado. As dicas abaixo buscam, de forma bastante resumida e simplificada, mostrar como:
COMPRA DO TERRENO
• se possível, escolher um terreno plano, o que representará menos gastos com terraplanagem e fundações;
• para avaliar o solo, é importante contratar uma empresa de sondagem; caso o resultado apresente um solo de boa resistência superficial, será possível utilizar uma fundação tipo sapata corrida (uma laje armada horizontalmente, de 50 a 60cm, em valas de aproximadamente 1 metro de profundidade), que consome menos concreto;
• em um lote acidentado é possível fazer terraplanagem, mas a necessidade de fazê-la ou não será definida pelo projeto arquitetônico, que pode tirar proveito da inclinação ou dos acidentes naturais do lugar;
• para terrenos em declive, uma solução pode ser a utilização de uma estrutura independente.
PROJETO
• é altamente recomendável investir na contratação de um arquiteto ou engenheiro civil, informando a este profissional o quanto se pretende gastar com a construção;
• revisar o projeto e esclarecer todas as dúvidas até o fim. É muito mais fácil e barato solucionar erros e pedir mudanças na fase do projeto do que derrubar paredes durante a obra;
• o telhado é um dos itens mais caros da construção; mansardas e outros recortes no desenho da cobertura representam mais custos de material e mão de obra;
• concentrar banheiros e cozinha numa mesma área permite otimizar o uso da tubulação hidráulica necessária;
• sobrados geralmente custam menos que casas térreas; com o mesmo telhado cobre-se o dobro de área construída, além de utilizar-se praticamente o mesmo tipo de fundação;
• a construção de ambientes como adega e salão de jogos somente devem ser previstos caso sejam realmente utilizados;
• uma planta cheia de recortes dificulta a execução do serviço, requer mais material e representa mais área de pintura;
• recortes em pisos de cerâmica, azulejos e outros materiais de acabamento (para assentamento nos cantos) são fonte de desperdício, pois dificilmente é possível aproveitar as sobras. Ambientes projetados com dimensões adequadas às medidas-padrão desses materiais evitam essas perdas.
PLANEJAMENTO
• depois que o projeto estiver completamente definido, é necessário um planejamento da obra. Elaborada em conjunto com o profissional responsável pela obra, uma planilha pode registrar a ordem de execução dos serviços, duração e custo de cada fase da obra, evitando-se gastos com mão-de-obra e/ou materiais não necessários no momento;
• o fluxo de caixa deve ser controlado para não correr o risco de parar a obra por falta de dinheiro (obra demorada é sempre mais cara). Anotar na planilha todos os gastos e sempre guardar recibos e notas fiscais, pois eles serão úteis para declaração do Imposto de Renda e para enfrentar eventuais problemas legais;
• mesmo que os materiais de acabamento ainda não tenham sido escolhidos, devem ser anotadas na planilha especificações dadas por quem fez o projeto, como tamanho, espessura, tonalidade, classe de abrasão e nível de absorção de água das cerâmicas, o mesmo valendo para outros itens, como madeira e carpete, poupando tempo na hora de pesquisar e comprar.
CONTRATAÇÃO DE MÃO-DE-OBRA
• preferencialmente, somente chamar profissionais conhecidos ou indicados por amigos ou parentes; se possível, é bom ver um trabalho pronto;
• utilizar uma equipe que normalmente trabalha para o seu arquiteto ou engenheiro pode ser mais cômodo, mas nem sempre sai mais em conta. Caso outros operários competentes e de confiança sejam conhecidos, verificar com o profissional responsável pela obra se não há empecilhos, fazer a cotação com os dois grupos e então decidir;
• quando se tem um empreiteiro, é ele o responsável pela contratação e pagamento de encargos trabalhistas. Se a administração da obra não contar com esse profissional, é importante estabelecer uma relação contratual por escrito com os operários, especificando o tipo de serviço que se espera deles, o prazo e o valor. Não se deve esquecer de recolher o INSS dos trabalhadores, caso contrário esse valor terá que ser acertado de uma só vez ao requerer o Habite-se à prefeitura, evitando problemas com a Justiça do Trabalho;
• determinar uma forma de pagamento baseada na produção, estabelecendo assim que o pagamento da mão-de-obra ficará condicionado ao cumprimento de determinadas etapas e prazos;
COMPRA DE MATERIAIS
• pesquisar exaustivamente os preços de materiais e pedir orçamentos por escrito. Para poupar tempo, verificar se a loja fornece orçamentos por fax ou e-mail. Fazer a pesquisa levando em conta os parâmetros estabelecidos pelo profissional que elaborou o projeto, tentando achar a melhor relação entre qualidade e preço (não esquecendo que, além do custo de construção, há também um de manutenção, ou seja, materiais de baixa qualidade só são economia a curto prazo, e em pouco tempo a obra começará a apresentar problemas);
• lembrar de incluir o frete na conta da pesquisa, caso necessário;
• às vezes, é possível fechar um pacote para a compra de uma grande quantidade de materiais numa única loja e, assim, negociar um desconto ou o pagamento a prazo. A pechincha é regra básica;
• tentar, se possível, fazer compras em conjunto caso haja vizinhos construindo perto. Quanto maior a quantidade de material encomendado, maior o poder de barganha para negociar preços, além de ser possível dividir os custos de frete;
• conferir se o material entregue na obra é o mesmo comprado e se está na quantidade certa. Cuidados redobrados devem ser tomados com material a granel, como areia;
• pesquisar também em lojas de materiais de demolição e cemitérios de azulejos. Neles é possível encontrar muita coisa em bom estado e por um bom preço (nas capitais onde virou moda materiais de demolição, eles chegam a custar mais caro que o material novo. A alternativa é procurar em cidades pequenas ou nas proprias demolições);
• a compra antecipada de materiais de acabamento deve ser feita considerando uma margem de aproximadamente 10% de sobras para cobrir quebras e consertos futuros;
ACOMPANHAMENTO
• é importante acompanhar de perto a obra para ter certeza de que o planejamento está sendo cumprido e de que não há desperdícios. Caso isso não seja possível, deve-se escolher um profissional competente e de confiança para tanto.
ESTOCAGEM
• observar o prazo de validade de materias como o cimento. Não deve ser armazenada muita quantidade nem com muita antecedência (a planilha ajuda essa programação);
• o material deve estar protegido da chuva, vento e outras intempéries. A areia e o cimento têm que ser cobertos, a madeira em local abrigado e com ventilação. Evitar deixar materiais em caixas de papelão ao relento;
• evitar construir no período mais chuvoso de sua região.
ACABAMENTO
• evitar comprar materiais da moda; os tradicionais, além de ser mais baratos, são mais fáceis de repor;
• pisos de cimento queimado coloridos podem substituir mármores e granitos em locais que pedem resistência a um custo baixo. Se não for bem executado, o piso pode rachar;
• paredes internas não precisam de reboco, podendo-se pintar diretamente o tijolo aparente com latéx, economizando massa e mão de obra. Nas paredes externas é possível aplicar um reboco feito com areia naturalmente colorida, que custa o preço do reboco normal e não precisa de pintura. Para maior garantia, pode-se fazer uma proteção com silicone;
• materiais de acabamento nobre mais baratos podem ser encontrados, junto aos fornecedores, em promoção ou sobras;
• seguir a linha da parede no assentamento de pisos e azulejos consome menos peças; a colocação na diagonal requer mais recortes, implicando em mais material para cobrir a mesma área;
• os azulejos não precisam ir até o teto; as meias-paredes podem receber um barrado colorido para complementação;
• evitar esquadrias desnecessárias, pois, individualmente, elas são o item mais caro da obra. Elementos vazados podem eventualmente substituir algumas delas sem prejuízo da iluminação ou ventilação;
• no entulho da obra podem existir materiais que podem ser reutilizados (por exemplo, pedriscos que sobram a cada peneirada de areia podem virar um caminho no jardim);
• se possível, utilizar peças de linha, em tamanho-padrão, para gabinetes, pias e espelhos.

Fonte: Revista Arquitetura & Construção - abr/98

Estamos de Volta

Depois de um breve recesso, quando passamos por reformulações na equipe do site, retomamos as publicações no blog.
Esperamos contar com a colaboração de todos para, se possível, também contribuir com matérias para o blog.

Até o próximo post.